
Na oportunidade, os visitantes conheceram
uma cisterna-enxurrada e a experiência de dona Analice com os canteiros
econômicos (utilizando lona e tubos PVC) e o uso de adubos orgânicos. “Depois
desta cisterna nunca mais faltou as nossas verduras fresquinhas. Nos primeiros
anos fiz muita coisa, dava a minha família e ainda vendia na comunidade. Aqui não usamos veneno em nada!”, disse
dona Analice. Os agricultores também conheceram uma área com o plantio do
maracujá do mato, que segundo o técnico Admilson, as mudas foram doadas pela Embrapa de
Petrolina-PE que é parceira da COOPERCUC.
Na sede da Associação Comunitária
Agropastoril dos Pequenos Produtores de Lages das Aroeiras (ACAPPLA) houve um momento de debate sobre as experiências apresentadas e os visitantes ouviram atentamente as informações a respeito da organização dos trabalhadores/as na região na década de 80, iniciada com
a formação pastoral da igreja católica através das freiras no trabalho com as
mulheres do campo, no incentivo às comidas alternativas, à libertação do
machismo, etc... Falou ainda dos investimentos nas Unidades de Beneficiamento através
do PROCUC (Programa Canudos – Uauá e Curaçá) criado pelo Instituto Regional da
Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA) de Juazeiro/BA; sendo financiado o material pela Comunidade
Europeia e a construção através de mutirão.
Com o apoio do programa PROCUC, em
2002, veio o sucesso com os produtos orgânicos das agricultoras (no
início 20 mulheres) que participaram da Feira Nacional dos Agricultores/as Familiares em Juazeiro-BA, e a partir daí, começaram a vender os produtos para o
Programa Nacional de Alimentação Escolar (Lei nº 11.947/2009) que garante a
compra de no mínimo 30% de produtos originários da agricultura familiar para
compor a merenda escolar e o PAA – Programa de Aquisição de Alimentos que beneficia
a população em risco alimentar e nutricional (INSAN); dando com isso, um salto fundamental
para a criação da Cooperativa em 2004.
Atualmente, a COOPERCUC conta com 242 cooperados nos três municípios, em sua maioria mulheres, que produzem deliciosos doces, geleias, compotas, trabalhando a produção ecológica, economicamente viável, socialmente justa e solidária como complementação da renda familiar, contribuindo assim, para o fortalecimento da agricultura familiar e viabilizando o aproveitamento das frutas nativas da caatinga – umbu e maracujá do mato. Para Adimilson “O maior investimento da COOPERCUC está na formação humana".
Atualmente, a COOPERCUC conta com 242 cooperados nos três municípios, em sua maioria mulheres, que produzem deliciosos doces, geleias, compotas, trabalhando a produção ecológica, economicamente viável, socialmente justa e solidária como complementação da renda familiar, contribuindo assim, para o fortalecimento da agricultura familiar e viabilizando o aproveitamento das frutas nativas da caatinga – umbu e maracujá do mato. Para Adimilson “O maior investimento da COOPERCUC está na formação humana".
Após uma deliciosa geleia de maracujá do mato
oferecida por dona Analice, a delegação pernambucana se dirigiu à Unidade de
Beneficiamento Matriz, localizada no centro da cidade de Uauá-BA, onde foi recebida por
dona Benedita, Diretora financeira da Cooperativa. Ela apresentou as estruturas físicas da fábrica e a
lojinha com os produtos orgânicos. Falou da fabricação, comercialização e distribuição dos
produtos orgânicos e destacou a importância do envolvimento de todos os
cooperados e trabalhadores/as no processo. “Quem tem que assumir a dianteira das
organizações são os próprios agricultores/as e este é um dos motivos da
COOPERCUC alcançar os êxitos desejados”, disse.
Para José Tenório, a Cooperativa “é um exemplo prático da
dicotomia teoria x prática, pois, o mundo todo, o Brasil inteiro fala de sobrevivência
e convivência com o Semiárido, já a COOPERCUC se preocupa em colocar
em prática, aí pronto, se destaca e se torna esse sucesso todo!”, disse. Para José Osivan, Diretor do Polo Sindical, a COOPERCUC “é como uma luz que brilha pra
todo nordeste”.


Satisfeitos com o que viram, ouviram e discutiram, os participantes do intercâmbio agradeceram a atenção dispensada pela Direção, técnicos e agricultores familiares de Uauá-BA, e, antes das despedidas, resolveram encher as sacolas com os produtos orgânicos à venda na lojinha da Cooperativa.
Avaliando...
“Estou levando para a minha comunidade estes novos conhecimentos que irei repassar para os demais, como aproveitar as frutas da caatinga, principalmente, Umbú”. Agricultora Maria Cícera – Inajá/PE
“Estou levando para a minha comunidade estes novos conhecimentos que irei repassar para os demais, como aproveitar as frutas da caatinga, principalmente, Umbú”. Agricultora Maria Cícera – Inajá/PE
“Estou muito satisfeita, porque o conhecimento que eu fui buscar eu venho trazendo. Tive a oportunidade de conhecer pessoais especiais que tiveram o prazer de passar pra nós como aproveitar as frutas da nossa região”. Nilza, agricultora de Inajá/PE.
“Cabe a cada agricultor/as
cultivar, agarrar as oportunidades dos projetos desenvolvidos Polo Sindical na
região e fazer com que os conhecimentos adquiridos possam dar bons frutos”. Izabel
Cristina - (Aux. Administrativo - P1+2)
“Sou agricultora familiar com muito orgulho.
Eu nem sabia que fazia suco com aquele maracujá do mato, mas fiquei sabendo.
Enfim fiquei muito satisfeita com este intercâmbio”. Agricultora Zenilda - Inajá/PE
“A gente vê que a nossa caatinga tem muita
diversidade e a gente perde muito por falta de conhecimento, e lá (Uauá) nós
vimos como aproveitar. O meu desejo é que alguém que esta aqui possa dar o
passo inicial e se destacar". Técnico Hildeberto - (Agente Social-P1+2).
“Eu não sabia que o maracujá do mato servia
para alguma coisa, porque eu já arranquei muito maracujá para jogar fora e
agora com essas informações eu não faço mais”. Rita – Comunidade Tapera - Inajá/PE.
“Foi muito importante ver aquela
cisterna-enxurrada produzindo e o nosso prazer é saber que os nossos
agricultores também irão produzir a partir das cisternas fruto do nosso
trabalho nas comunidades”. Técnico Jailson Cruz - (Agente Social-P1+2).
“Essa viagem foi importante porque nós vimos uma
experiência que tem dado certo em uma região semiárida muito parecida com a
nossa. A planta nativa é praticamente a mesma. Lá eles conseguiram avançar
muito no campo da organização, da união, do cooperativismo e estão conseguindo
resultados sociais interessantes, um grau de conscientização muito forte,
construindo cidadania, valorizando o ecossistema, preservando o meio ambiente e
criando dignidade às famílias de agricultores/as rurais. É uma experiência
exitosa, brilhante e uma grande lição pra gente, um exemplo vivo, prático e a
gente tem como ajudar os nossos companheiros de Pernambuco a seguir este
exemplo de Uauá, Canudos e Curaçá, na Bahia”. José Osivan - Secretário Executivo do Polo Sindical.
Por Josiel Araújo
Comunicador
Um comentário:
Essa troca de experiência é importante porque fica claro pra nós do sertão de pernambuco e porque não dizer de todo semiárido brasileiro, que é possível seguirmos esse exemplo e de forma organizada industrializarmos as nossas frutas. Com certeza a agricultura familiar tem um grande potencial por isso precisamos aproveitá-la melhor. Os nossos agricultores familiares precisam de mais apoio do governo para a agroindústria
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