quarta-feira, 29 de junho de 2011

Brasil assume protagonismo no combate à fome mundial


                       Neste final de semana o Brasil, e em especial a SAN, teve uma grande vitória internacional. A eleição de José Graziano da Silva para comandar a FAO, o órgão da ONU focado na agricultura e alimentação. 
Ex ministro do Desenvolvimento Social (MDS) e um dos responsáveis pela elaboração e implementação do Fome Zero, que ajudou a tirar mais de 28 milhões de brasileiros da chamada Linha de Miséria, Graziano vai estar a partir de janeiro de 2012 coordenando as ações de cooperação e solidariedade no âmbito da agricultura, desenvolvimento agrário, segurança alimentar e combate à desnutrição em 191 países do mundo.
O desafio não será pequeno, uma vez que se prevê para o futuro próximo uma grave crise alimentar em todo o planeta tanto em termos de produção quanto na escalada de preços que dificultam o acesso ao Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA). Amplamente apoiada pelos países mais pobres, a expectativa é que Graziano leve a sua experiência no combate à fome promovendo, ao mesmo tempo, o crescimento econômico com distribuição da riqueza, combinando com programas de transferência de renda e inclusão produtiva.
O tema do programa proposto por Graziano para sua eleição foi “Trabalhando juntos pelo bem da humanidade”. As ações foram divididas em cinco pontos principais: 
  1. Erradicação da fome – a FAO deve exercer uma maior liderança mundial no esforço para erra dicação da fome, buscando ir além dos objetivos estabelecidos para serem atingidos até 2015 no documento do “Desenvolvimento do Milênio”. Considera que a erradicação da fome é totalmente compatível com o desenvolvimento econômico, manejo sustentável dos recursos naturais e à busca incessante da paz.
  2. Consumo e produção sustentável de alimento – acelerar o processo de produção agrícola e método de pesca de forma realmente sustentável, que vá de encontro a uma crescente demanda por comida conservando os recursos naturais (terra, água e biodiversidade – incluindo florestas e oceanos). Comprometimento dos produtores de alimento em mitigar o processo de mudança climática, buscando unir o aumento de área agricultur&aa cute;vel com o corte na emissão de gazes que causam o efeito estufa, sequestro de carbono e melhoria de rendimento. Também quer buscar, junto à população, um processo que leve à diminuição dos índices de natalidade e acelerar o processo de influência nos hábitos dos consumidores para diminuir o desperdício de alimento, seu consumo excessivo e os problemas de saúde que isso causa.
  3. Maior justiça no manejo de alimento – a FAO deve agir decisivamente na criação de um marco regulatório que proteja produtores e consumidores dos maiores riscos contra a qualidade e disponibilidade dos estoques de comida, dando suporte a iniciativas que levem ao fim da fome; limite riscos relacionados à disseminação de pestes e doenças e outras ameaças à seguran&cced il;a alimentar; levem à conservação dos recursos naturais e moderem a volatilidade dos preços do alimento e seu impacto na camada mais pobre da população.
  4. Concluir o processo de reforma da FAO – trabalhar para que seja concluído em 2012 o processo em andamento de reforma, levando à descentralização, delegação de autoridade e maior transparência da Organização. Também quer liderar um movimento contra uma administração hierárquica, buscando uma forma mais colegiada de gestão da instituição.
  5. Expandir as parcerias Sul/Sul – consolidar as parcerias existentes que levem a uma maior justiça na administração do alimento, incluindo agências oficiais, mem bros da ONU, sociedade civil e movimentos sociais. Valorizar as experiências de países em desenvolvimento que tiveram êxito, durante um período de crise mundial, na expansão da produção de alimento preservando os recursos naturais e combatendo a fome. Expandir a cooperação Sul/Sul, incluindo acordos trilaterais onde um país possa fornecer cooperação técnica enquanto outro dê o suporte financeiro.

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